domingo, 10 de junho de 2012

Resenha: Placebo



“...Talvez tenha sido uma daquelas perguntas que as pessoas faziam sem a intenção se ouvir uma resposta honesta, tipo: “Você está bem?”. Essa pergunta sempre me incomodou. As pessoas estavam habituadas a dizer “Sim, e você?” de forma mecânica, automática. Então para que perguntavam? Se dissessem que “não estava tudo bem” já se afastariam e poderiam pensar que ali jaz uma pessoa com tendências depressivas ou mal educado que não aprendeu que não se deve dizer a verdade...” 


   Não sei bem por onde começar a 
resenha.. então vou começar falando sobre a autora. Paola Barros Delben, é sem dúvida, na minha opinião, uma promessa da ficção científica brasileira. Em seu livro, Placebo, é possível perceber sua imaturidade literária, mas também é possível perceber que ela é uma grande autora, que só precisa de mais experiência.
   Placebo conta a história do fim da humanidade, que veem sendo substituída por nanohumanos, que foram criados pelos próprios humanos. Uma ‘doença’ sem cura aflige a todos e ninguém está a salvo. Tudo foi entrando em colapso, e os únicos a resistirem são os nanohumanos.
   O livro é dividido em três partes, onde cada uma segue uma ‘linha de frente’ da história. Na primeira, a autora nos apresenta ao personagem mais cativante, Ângelo, um completo psicopata. Na segunda, somos apresentados a Ana, sem dúvida uma personagem muito interessante. E na terceira lemos o desfecho da história.
   O livro trata de um assunto muito saturado hoje em dia, tanto na literatura quanto no cinema: o fim da humanidade, um mundo pós-apocalíptico. Mas mesmo assim acredito que a autora consegue se destacar, já que o foco principal de sua obra não são os personagens principais e o que cada um tem que fazer para sobreviver em um mundo devastado, mas sim o comportamento humano. Muitas vezes o livro faz uma análise do psicológico humano, e o placebo em si é uma coisa extremamente interessante e que nos mostra o quanto nossa mente é poderosa e tem influência em nosso corpo. Cada personagem tem algo em especial, e todos são meio ‘loucos’. O comportamento dos nanohumanos tentando se passar por humanos de verdade muitas vezes chega a ser cômico.
   Com certeza uma autora que podemos esperar grandes obras e que se destacará nacionalmente, mas que ainda é imatura (apesar de achar que não estou apto à fazer esse tipo de afirmação, já que não sou nenhum crítico literário).
   Enfim, recomendo o livro para quem gosta de ficção cientifica, e para quem quer prestigiar os autores nacionais! 

domingo, 3 de junho de 2012

Resenha: Gênesis


Título: Gênesis
Autor: Bernard Beckett
Número de Páginas: 173
Editora: Intrínseca
Nota de 1 a 5: 3

Confuso. Uma palavra que define bem este livro.
Chocante. Uma palavra que define bem o final deste livro.
A resenha da história em si, tanto quanto a sinopse da mesma, não fariam muita diferença para quem quer ler o livro, pois tudo aquilo que é dito no verso e nas orelhas da capa de nada adiantam. O leitor será surpreendido de qualquer forma. Além do mais, qualquer informação a respeito do que acontece a cada página, poderia conter um spoiler.
Na sinopse que se encontra no verso da capa, fica claro que a história se passa no futuro. Mas o que ninguém diz é que apesar da história se passar no futuro, a trama mais importante em si ocorre no passado. Acontece que mesmo sendo “passado” na linha do tempo da história em questão, ainda é “futuro” para nós que estamos vivendo a segunda década do século XXI. Ou seja, se você gosta de se situar com a época do enredo, já dei uma boa dica e talvez isso ajude um pouco a leitura.
Na sinopse que se encontra no verso da capa, fica claro que a Terra foi devastada e que nela surgiu uma nova sociedade. Mas o que ninguém diz é que apesar da história retratar uma outra sociedade que mal foi nos apresentada devidamente, o autor “joga” os fatos históricos e marcantes ao longo do livro como se nós estivéssemos habituados a essa tal sociedade.
Na capa do livro está escrito o seguinte “O que realmente significa ser humano?”. O que aparenta ser apenas uma frase de marketing, algo para aumentar as vendas do livro, na verdade é uma pergunta que será respondida ao longo da leitura da obra, mas que só será totalmente respondida e compreendida na última página, na última página mesmo. Portanto, se você é uma daquelas pessoas que não aguentam de curiosidade e sempre dão um jeito de ler as últimas páginas, meu aviso: não leiam de forma alguma.
O livro além de ser confuso, levanta questões morais e éticas. Pode-se dizer que é um tanto filosófico, à la “O Mundo de Sofia” (quando a menina questionava o mundo e a si mesma e, de repente, o leitor era pego de surpresa por estar filosofando junto com a garota - para aqueles que leram, devem ter entendido a analogia).
Resumindo e concluindo: um livro cansativo e que demanda atenção do leitor. Não é uma leitura de “fácil digestão”, pois apesar do livro ser pequeno em termos de quantidade de páginas, possui grande carga de conteúdo, que quando analisada de forma devida só tem a enriquecer a visão do leitor em relação ao mundo em que vive.
Uma vez iniciada a aventura de se ler esta obra, a mesma não deve interrompida. Termine de ler que no final de tudo, o quebra-cabeça – ou pelo menos parte dele – será resolvido.

Por: Milla Pechta